Resumo:
Este trabalho, de cunho bibliográfico, tem como principal objetivo analisar o caráter sociológico e crítico que a obra O Quinze de Rachel de Queiroz apresenta ao descrever a fuga da família de Chico Bento, personagem da narrativa, na época das grandes secas no Nordeste brasileiro, e ainda de discutir os condicionamentos externos e/ou sociais e sua influência no texto literário. Majoritariamente, foram usadas como referencial teórico as proposições de Candido (1965), Neto (2015), Coelho (1985) e Bueno (2015). O caráter da pesquisa é, eminentemente, qualitativo e descritivo, do ponto de vista da abordagem e do estudo. Como resultados dessa pesquisa, podemos apontar que os elementos considerados externos (os sociais) não podem se dissociar dos internos (os estéticos) e que ambos formam o todo da obra. Dessa forma, não tratamos de um elemento mais ou menos importante que o outro, mas que cada uma dessas visões, juntas, possibilitam uma melhor análise literária da obra e, de modo conclusivo, os condicionadores externos acabam, sim, exercendo influência direta na obra e, por conseguinte, tornam-se internos. No entanto, devemos evitar a ideia do sociologismo exacerbado em que tudo passa a ser explicado à luz da sociologia, e sim que os condicionamentos externos funcionam como elementos expressivos na base literária. Espera-se que este trabalho contribua para com as discussões acadêmico-científicas e que possa trazer reflexões acerca do tema tratado.
Descrição:
SILVA, J. P. S. A intempéries da seca do nordeste e os estratos sociais no romance O Quinze de Rachel de Queiroz. 2017. 36f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras) - Universidade Estadual da Paraíba, Catolé do Rocha, 2017.