Impacto de diferentes temperaturas sobre dois biótipos de Aedes aegypti (DIPTERA: CULICIDAE)

Abstract

A temperatura é um dos principais fatores que influenciam o ciclo de vida e as taxas de sobrevivência de insetos vetores como o Aedes aegypti. Considerando-se a adaptabilidade desses insetos e as características climáticas das regiões de origem das populações dos insetos, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do aumento gradativo da temperatura sobre a taxa de sobrevivência de populações de A. aegypti de diferentes condições bioclimáticas. As amostras foram coletadas em dois bairros com altos índices de infestação nos municípios de Campina Grande–PB, região do agreste, e Patos–PB, no sertão. Após estabelecimento das gerações F1, F2 e F3 em laboratório, as populações de ambas as cidades foram submetidas às temperaturas de 26 a 32 ºC, elevadas gradativamente de dois em dois graus. Os resultados mostraram interações significativas entre as populações de A. aegypti e a temperatura (F1,16=364,495; P<0,001), observando-se redução das taxas de sobrevivência com o aumento da temperatura para as populações de C. Grande (R=0,8445; P<0,0001) e Patos (R=0,6253; P<0,0001). Entretanto, houve crescimento nas taxas de sobrevivência entre as gerações F1 e F3 a uma mesma temperatura (F11,6=26.107; P<0.0001), indicando possível aclimatação desses insetos. O extremo máximo de temperatura (32 ºC) permitiu o desenvolvimento da população de Patos por três gerações, o que não foi observado para a população de Campina Grande, sendo sugerido que isso tenha ocorrido devido às características climáticas das regiões de origem dos insetos.