Avaliação do potencial mutagênico e antimutagênico do derivado vegetal de Cnidoscolus quercifolius, através do teste de micronúcleo

Abstract

A espécie Cnidoscolus quercifolius, conhecida popularmente como faveleira, é uma planta forrageira nativa da Caatiga muito utilizada nessa região como fonte terapêutica para várias enfermidades como propriedades cicatrizante, analgésica, anti-inflamatória, antibiótica e diurética e também de alimento para vários animais. Conhecimentos empíricos e científicos mostram que substâncias que compõem os princípios ativos das plantas podem causar efeitos adversos, toxidade e contraindicações no uso. Estudos também comprovam que diversas substâncias presentes nos vegetais são capazes de inibir os agentes causadores dos efeitos mutagênicos, atuando como um antimutagenico. O presente estudo objetivou realizar uma análise da mutagenicidade e antimutagenicidade do extrato etanólico bruto C. quercifolius, faveleira, através do teste de micronúcleo em sangue periférico de camundongos da espécie Mus musculus. O experimento foi realizado com extratos obtidos das folhas de C. quercifolius. Esses extratos foram divididos nas dosagens de 2000mg, 1000mg e 500mg/Kg.p.c. Os animais foram distribuídos em seis grupos, formados por três machos e três fêmeas para cada dosagem de tratamento. Foi estabelecido um grupo controle positivo, cujo tratamento foi feito com ciclofosfamida (50mg), água destilada e DMSO, e um grupo controle negativo tratado com água e DMSO. As lâminas com o material foram analisadas em microscopia óptica, tendo um aumento de 1000x. Os micronúcleos foram observados a cada 2000 células por lâmina. De acordo com a análise estatística quanto à frequência de micronúcleo para a mutagenicidade, não foi constatada diferenças significativas entre as médias de cada tratamento (extrato) em relação ao controle negativo. Contudo, quanto à avaliação antimutagenica, foram encontradas diferenças significativas entre as médias das dosagens para cada tratamento quando comparadas ao controle positivo. Conforme os resultados obtidos, pode-se concluir que o extrato C. quercifolius não apresenta atividade mutagênica. Mas desempenha uma atividade antimutagênica bastante considerável.