Resumo:
A presente pesquisa analisa o fenômeno da variação linguística envolvendo os pronomes nós e a gente, à luz das teorias gramaticais, linguísticas e do fenômeno da gramaticalização e de estudos sobre o funcionalismo. Vimos que a maioria das gramáticas normativas não trazem estudos acerca da variação, no mínimo trazem um trecho destacando que o a gente é representante da língua coloquial. O corpus analisado é composto de trechos retirados de artigos de opinião, carta do leitor, entrevista e propaganda, retirados de revistas e jornais de circulação nacional e local, nos quais analisamos a ocorrência da variação na modalidade escrita. Analisamos também três edições de um jornal televisionado nacional e de um jornal local, a fim de observarmos o uso do nós e do a gente na modalidade oral. Nos trechos coletados, constatamos que nos gêneros escritos, 133 ocorrências foram do nós contra 4 do a gente. Enquanto nos gêneros orais houve 25 ocorrências do nós e 19 do a gente. Isso nos mostra, que na modalidade escrita o falante tende a usar mais a forma padrão, já na modalidade oral essa mistura entre as pessoas é muito comum, mesmo em jornais. Apesar dos números e da maior frequência do pronome nós nos textos escritos, os resultados mostram tratar-se de um caso de variação que, até mesmo, pode ser considerada uma mudança em curso.
Descrição:
NUNES, E. R. "Nós" também usamos "A Gente": um estudo sobre a variação nós/a gente em textos jornalísticos orais e escritos. 2012. 79f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras/Português) - Universidade Estadual da Paraíba, Monteiro, 2012.