A interpretação de La Celestina, em diálogo com a carnavalização de Bakhtin

Abstract

O presente trabalho tem por objetivo dialogar a Teoria da Carnavalização apresentada por Mikhail Bakhtin em A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais, que partiu das próprias observações do autor sob as celebrações carnavalescas e daí a definição da teoria, com a obra espanhola La Celestina, de Fernando de Rojas. Pretendemos no decorrer deste trabalho evidenciar a possível releitura do texto celestinesco apoiado pela teoria bakhtiniana. Buscaremos fazer um breve respaldo da origem do vocábulo carnaval e também seu contexto histórico, buscando fazer uma correlação dos festejos carnavalescos com a religião católica. Observamos ainda algumas possíveis mudanças feitas pela Igreja no modo como se festejava o carnaval, a fim de enquadrar os cristãos numa moral “inquestionável”. Temos por objetivo pretendido analisar aspectos carnavalescos em La Celestina: a polifonia, a linguagem familiar, o grotesco, o riso, as máscaras, assim como as crenças religiosas (ou a ausência/modificação destas) dos personagens.