Resumo:
Esta monografia tem por objetivo historicizar as práticas mortuárias destinadas à condução da morte e do morrer na cidade de Nova Palmeira entre as décadas de 1980 a 2000, com ênfase à tradição de construir cruzes, capelas e capelinhas às margens da rodovia PB 177. Concentrada no âmbito da História Cultural, estas práticas fúnebres possibilitam uma reflexão histórica sobre as experiências cotidianas da morte e as atitudes diante do morrer vivenciadas pelos nova-palmeirenses. Nessa perspectiva, as cruzes e capelas de beira de estrada são tomadas como elementos simbólicos, que constituem um universo cultural mais amplo de seus participantes, pois trata-se de pensar sobre a persistência de práticas culturais que informam sobre os modos de morrer, ainda na contemporaneidade, explicitando os credos e desejos de uma comunidade que projeta nesses objetos materiais as expectativas de bem morrer e/ou de uma boa morte. Considerando ainda as ações criativas dos devotos e suas relações com os seus representantes religiosos locais acerca dos modos de morrer, também foi indagado sobre a maneira como aqueles lidam com as regras de conduta para a boa morte estabelecida pela Igreja Católica, mas também como as pessoas as recriam e até se distanciam das normas religiosas. Metodologicamente, esta proposta foi norteada a partir das práticas culturais, tomando como principais fontes fotografias, história oral e manual de oração, e seguiu os referencias teóricos de Michel de Certeau, Roger Chartier, João José Reis, Phillipe Ariès, dentre outros.
Descrição:
ARAÚJO, O. T. S. de. Às margens da estrada, de paus e pedras há cruzes e capelas: olhares sobre a morte e o morrer em Nova Palmeira-PB (1981-2002). 2017. 82f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2017.