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Pretende-se neste artigo uma abordagem da obra de Kierkegaard “O Conceito de Angústia”, debatendo suas vertentes e elaborando o conceito de angústia enquanto possibilidade, proporcionando ao leitor uma análise mais clara do conceito que, atualmente, parece obscuro. Entendido que a angústia surge na indeterminação do nada, da possibilidade do vir-a-ser, no salto entre inocência e culpa, a percebemos como um nada que se insinua, como uma antipatia simpática que, ao mesmo tempo, repele e atrai. A angústia se dá ante a liberdade, mas não liberdade de fato, e sim da possibilidade de haver possibilidade de liberdade. Utiliza-se, para tanto, o conto dos irmãos Grimm “Elsie, a sensata” como ilustração que remete à questão da angústia como estado de ânimo que põe o indivíduo frente a dois vértices, o afogamento na própria angústia (a queda no desespero), ou a possibilidade do vir-a-ser, da liberdade para novas possibilidades, tratando um possível problema como uma eventual solução. Visto que, inexoravelmente, a angústia faz parte de nossa existência, propomos encará-la como o próprio escape para as inquietações que lhe são recorrentes, assim, considerando a angústia como parte essencial da existência humana, sua determinação nos leva à compreensão do que é o ser humano, de modo que, quanto mais aprendemos dela, mais conhecemos a nós mesmos. É preciso aprender da angústia, penetrando-a com fé, mesmo que ela atemorize. Quem a conserva pela fé reconhece sua benevolência, pois, afasta de si as finitudes e se encontra pronto para o infinito. Não existe destino para a angústia. |
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