Resumo:
Este artigo objetiva demonstrar como o feminismo islâmico aborda a opressão feminina dentro da relação com a religião e com a política, demonstrando que a religião, originariamente com uma mensagem de igualdade e justiça social, foi reinterpretada de modo a justificar as relações de poder opressoras dentro do Estado islâmico para a manutenção de privilégios políticos da elite masculina. Em sua primeira parte, será apresentado os feminismos dentro das Relações Internacionais e as contribuições do feminismo islâmico para a emancipação das mulheres, abordando a religião como um instrumento de luta para as reivindicações feministas. Dessa maneira, na segunda parte será aprofundado o pensamento religioso e como este se contrapõe ao projeto iluminista, que se coloca como um caminho universal para o conhecimento. Por fim, na última parte, será estudado a relação entre a opressão feminina e a formação das instituições sociopolíticas, que já eram patriarcais antes mesmo do Islamismo. Para reforçar esse argumento, será estudado o mito do estado-nação e como este, ao manter as dicotomias de gênero, contribuiu para espalhar uma mensagem de inferioridade política da mulher, erroneamente justificada pela religião. Logo, este artigo conclui que o Islã pode ter uma mensagem pós-patriarcal se as interpretações originais de igualdade de gênero forem restauradas, de modo a respeitar a cultura e a religião da sociedade, ao mesmo tempo em que se utiliza da própria mensagem religiosa para demandar uma reforma nas instituições políticas para as mulheres.
Descrição:
PIERI, L. M. B. de. O feminismo islâmico e a relação entre política, religião e
opressão feminina. 2017. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Relações Internacionais) - Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2017. [Artigo]