Plantas medicinais utilizadas por usuários cadastrados no Hiperdia

Abstract

A utilização de plantas medicinais é uma prática secular baseada no conhecimento popular e representa uma importante ferramenta terapêutica na promoção da saúde. O objetivo desse estudo foi realizar um levantamento etnobotânico das plantas medicinais utilizadas pelos usuários cadastrados no Hiperdia atendidos nas Estratégias Saúde da Família no distrito de Galante-PB. Tratou-se de um estudo do tipo quali-quantitativo, exploratório e transversal. Participaram da pesquisa 144 pacientes de ambos os sexos e portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou Diabetes mellitus. Os dados foram coletados mediante a aplicação de um questionário semiestruturado que contemplaram questões referentes aos perfis sociodemográficos e etnobotânicos entre abril e junho de 2016. Para análise dos resultados foram usados os testes Qui-quadrado (X^2 ) e alfa de Cronbach, além da literatura especializada na temática do estudo. Dentre os entrevistados 93,8% afirmaram usar plantas medicinais. Foram relatadas 26 espécies pertencentes a 21 famílias botânicas, sendo as mais representativas as famílias Myrtaceae, Lauraceae, Lamiaceae e Apiaceae. As espécies com maior frequência de citação foram a erva cidreira (Lippia alba (Mill) N.E. Brown), o boldo (Peumus boldus Molina) e o capim santo (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf.). O uso de plantas foi indicado para tratamento de 17 desordens, prevalecendo a diarreia, a ansiedade e a pressão arterial elevada. As folhas foram as partes das plantas mais utilizadas e a forma de preparo prevalente foi o chá. Foram confirmadas 5 interações das plantas referidas neste estudo com medicamentos alopáticos, entre estas, o boldo com anticoagulantes. Os resultados apontaram uma expressiva utilização de plantas medicinais e a necessidade de se promover educação em saúde junto aos profissionais da área evitando, assim, o uso indiscriminado e possíveis interações com medicamentos alopáticos.