Características sociodemográficas, epidemiológicas, clínicas e funcionais do câncer de mama

Abstract

O câncer de mama é o tipo mais incidente em mulheres. Para tratá-lo, são utilizadas diversas terapêuticas locorregionais e sistêmicas, que podem causar comorbidades, avaliadas e tratadas pela fisioterapia. O objetivo desse trabalho foi caracterizar os aspectos sociodemográficos, epidemiológicos, clínicos e funcionais de pacientes com câncer de mama cadastrados no Banco de Dados do Serviço de Fisioterapia Oncológica do Laboratório de Ciências e Tecnologia em Saúde (LCTS). A Pesquisa é do tipo epidemiológica, retrospectiva e descritiva. O universo corresponde a 206 prontuários, dos quais 182 foram selecionados para compor a amostra dos pacientes diagnosticados com câncer de mama, submetidos a tratamento fisioterapêutico, entre 2008 e 2016, de ambos os sexos, sem discriminação de faixa etária. Foi elaborado um instrumento específico para coleta dos dados, tendo por base, o protocolo de avaliação, atendimento e reavaliação do LCTS. Após a triagem dos prontuários os achados quantitativos foram tabulados e tratados visando à análise das características predominantes relacionadas com o desenvolvimento do câncer de mama. As variáveis categóricas foram analisadas por meio de medida de frequência (absoluta, relativa e percentual). O resultado mostrou que 179 (98,35%) correspondem a câncer de mama feminino e 3 (1,65%) ao câncer de mama masculino; na faixa etária, 82 (45,05%) estão entre 50 e 69 anos, com mediana de idade para mulheres de 59 anos, e 71 anos para homens; 102 (64,15%) cursaram o ensino fundamental completo; 93 (51,10%) eram casados; 161 (89,94%) não-etilistas; 108 (61,02%) não-tabagistas; 105 (60,69%) procedentes de Campina Grande; 137 (92,57%) apresentaram lateralidade direita, 91 (51,41%) pacientes com mama direita acometida, e 73 (51,77%) com lado direito submetido a procedimento cirúrgico. Especificamente para a demanda feminina, 70 (49,65%) mulheres foram diagnosticadas no período da pós-menopausa. Em relação à queixa funcional foi possível identificar que 81 (54%) apresentou limitação da amplitude de movimento e 25 (16,67%) quadro álgico. Conclui-se que, embora, a incidência do câncer de mama feminino seja superior ao masculino, homens também são acometidos e reproduzem as mesmas características sociodemográficas, epidemiológicas e funcionais, considerada as devidas proporções. Assim, sugere-se que as políticas públicas procurem enfatizar o caráter da doença independente de gênero e em todos os níveis de atenção a saúde.