Resumo:
Desde muito tempo a figura do destino tem acompanhado a humanidade, que caminha inquieta por compreender seu papel diante da vida. Tal inquietação alimenta-se da angústia diante do inesperado, da busca por decifrar os motivos que determinaram a situação presente bem como prever sobre o que ainda está por vir, tendo em vista que o destino sempre traz à tona a questão da liberdade, da autonomia do sujeito. É a partir desses pressupostos que essa pesquisa se lança sobre o seu objeto de estudo: Beowulf, poema épico escrito no século VIII por um poeta anônimo e considerado o maior legado da literatura anglo-saxônica a contemporaneidade. O poema narra as aventuras do príncipe Beowulf, membro da tribo dos Geats, que coloca sua vida a disposição em nome da lealdade, da coragem, mas também para confirmar o poder do seu braço. Nossa pesquisa baseia-se em Maingueneau (1996 e 2015), Tolkien (2015), Borges (2002). A análise mostrou que no poema a concepção de destino se adequa ao pensamento da época e intenção do autor que ao escrever um poema que versa entre o paganismo e o cristianismo tenta conciliar conceitos das duas ordens. Sendo assim, nos apresenta uma obra marcada pela acepção de destino, conceito de grande valor para os pagãos, e relaciona essa acepção ao Deus cristão. A partir da análise discursiva da palavra destino percebemos que um item lexical não possui um significado único, mas sua carga semântica está diretamente relacionada ao sujeito que a utiliza. Sendo assim, não pode ser entendido como um sistema fechado isento de contribuições do falante.
Descrição:
OLIVEIRA, A. K. P. de. Na ordem do destino: o poder do inevitável e da fatalidade em Beowulf. 2017. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2018.