Resumo:
A transposição do Rio São Francisco surgiu como medida para solucionar a deficiência hídrica da região semiárida, no entanto, a transposição pode favorecer a introdução de espécies exóticas, e a alterações das características limnológicas dos ambientes. Objetivou-se avaliar os efeitos da transposição do Rio São Francisco na estrutura funcional da comunidade fitoplanctônica nos reservatórios de Epitácio Pessoa, Camalaú e Poções. Foram realizadas coletas com frequência trimestral no período de Outubro/16 à Junho/17, na região lótica, de transição e lêntica, em três profundidades. Foi observado que houve redução dos valores de pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido e sólidos totais dissolvidos, e aumento dos valores de turbidez e das concentrações de nitrato, fósforo reativo solúvel e fósforo total. Os grupos S1 (Plankthotrix isothrix, Plankthotrix agardhi e Pseudanabaena galeata), H1 (Aphanizomenon gracile e Dolichospermum solitarium), N (Cosmarium phaseolus) e LM (Ceratium furcoides e Coelomoron tropicale), obtiveram maiores biovolumes durante o estudo. Os grupos S1 e H1 foram favorecidos pelo pH alcalino, e aumento do teor de nutrientes, enquanto que os grupos N e LM estão associados ao aumento da turbidez e dos nutrientes, e os baixos valores de pH. Nos reservatórios observou-se a presença da espécie Ceratium furcoides, o registro dessa espécie ocorreu após a transposição do Rio São Francisco. Verificou-se que a transposição provocou mudanças nas variáveis abióticas, as quais moldaram a dinâmica dos grupos funcionais, prevalecendo os grupos formados por cianobactérias (S1 e H1), e os grupos (N e LM) formados por espécies de ambientes túrbidos com altos teores de nutrientes.
Descrição:
OLIVEIRA, D. A. de. Dinâmica dos grupos funcionais fitoplanctônicos em reservatórios receptores da transposição do Rio São Francisco, semiárido brasileiro. 2017. 35f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2017.