Resumo:
Partindo de um olhar historiográfico, seguimos pelos meandros do subgênero literário
distópico como fonte historiográfica, utilizando da narrativa trilógica Jogos Vorazes, da
escritora estadunidense Suzanne Collins, para compreender as metáforas que nos são
apresentadas originadas pela sociedade espetacular (DEBORD, 1997). Assim,
compreendemos e contextualizamos a distopia com Thomas Morus (1516), John Stuart Mill
(1818) e Russel Jacoby (2001; 2007); pensamos o papel das obras distópicas enquanto
subjetivas, ou seja, criações a partir da realidade e da visão de seus autores imbuídos de sua
temporalidade (PERRONE-MOISÉS, 2016). Dessa forma, a sociedade do espetáculo é uma
das maneiras de perceber o que Foucault (2008) chama de sociedade disciplinar e biopolítica,
e também um sinônimo das práticas estratégicas pensadas por Michel de Certeau (2007).
Portanto, a proposta dessa pesquisa é compreender as formas de resistência e/ou táticas
(CERTEAU, 2007) possíveis de dificultar o controle do espetáculo. Para isso, discutimos o
sujeito Outro – aquele diferente de nós – e suas outridades, percebendo-o
interdisciplinarmente enquanto solidário com seus sofrimentos e dores, fomentando a
compaixão (SELLINGMANN-SILVA, 2009), tornando-a uma forma de resistir, dentre as
muitas outras na narrativa literária. Por fim, compreendemos a literatura enquanto fonte
importante para a escrita historiográfica por sua pluralização de sujeitos, o que se torna
importante na compreensão de outrem.
Descrição:
SILVA, A. A. da. Utopia de uns, distopia de outros: a compaixão enquanto potência em Jogos Vorazes. 2017. 54f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2018.