Resumo:
Desde a antiguidade animais são usados para fins medicinais, dentre esses os mamíferos estão entre as principais espécies usadas para tal finalidade. Partes dos indivíduos, derivados ou todo o animal são extraídos para fabricação do produto zooterápico. O presente trabalho apresenta como base uma pesquisa de revisão bibliográfica do uso de mamíferos na medicina tradicional no Brasil e suas implicações para a conservação. Verificou-se um total de 54 espécies, pertencentes a 27 famílias, de mamíferos usados como medicinais no Brasil. Dentre essas espécies 36 estão incluídas na IUCN de espécies ameaçadas, nas categorias Dados Deficientes (n=4), Em perigo (n=1), Least Consern (n=21), Quase Ameaçado (n=2) e vulnerável (n=8), 10 listadas na CITES e 15 estão na Lista Vermelha de animais ameaçados de extinção no Brasil nas categorias Ameaçado (n=4), Em Perigo (n=5) e Vulnerável (n=6). As principais partes utilizadas para propósitos terapêuticos são banhas as quais foram prescritos para 39 condições. Lesões, envenenamento e algumas consequências de causas externas, causas externas de morbidade e de mortalidade, doenças do aparelho respiratório e doenças infecciosas e parasitárias foram às categorias de doenças com maiores números de citações de uso e emprego de animais medicinais. Dentro de uma perspectiva conservacionista, deve-se ressaltar que o uso de animais na zooterapia, segue os princípios da sustentabilidade e, desta forma, trabalhos que registrem atividades etnoveterináricas também são importantes porque possibilitam guiar trabalhos posteriores de conservação que visem à sensibilização de pessoas que utilizam destes recursos como forma de contribuir para um uso mais sustentável.
Descrição:
RAMOS, R. da S. Utilização de mamíferos na medicina popular do Brasil: Uma revisão de literatura. 2017. 52f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2017.