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Considerando as dificuldades vivenciadas pelos portadores de transtornos psíquicos, propomos investigar como os profissionais da Atenção Básica abordam a sexualidade destes sujeitos e, simultaneamente, apreender como estes descrevem a assistência recebida. Propusemos como objetivos específicos: identificar estratégias adotadas na Atenção Básica (Unidades Básicas de Saúde da Família e Centro de Atenção Psicossocial II) para atender as necessidades de saúde dos portadores de Transtornos Psíquicos; descrever as perspectivas das equipes de saúde e dos portadores de sofrimento psíquico no tocante a sexualidade; sugerir ações específicas para o atendimento das necessidades educativas ou de tratamento que englobam a sexualidade dos portadores de transtornos psíquicos. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e de campo, cujos dados foram coletados em um Caps II e UBSFs. Os sujeitos deste estudo - usuários e profissionais da Atenção Básica – foram selecionados segundo critérios de inclusão e a Amostragem definida por conveniência. Utilizamos como instrumentos um roteiro de entrevista semi estrururada e um formulário de dados socioeconômicos. Os dados quantitativos foram analisados através de procedimentos de estatística descritiva e os dados qualitativos através da análise de conteúdo temática. A caracterização dos sujeitos da pesquisa aponta que os profissionais são, em sua maior parte, mulheres com idade média de 38 anos, casadas, católicas e não graduadas. A maioria não possui capacitação em Saúde Mental, e a remuneração familiar oscila entre 01 e 03 salários mínimos. Os usuários possuem idade média de 39,2 anos, a maioria são solteiros, procedem da zona urbana e a escolaridade média é o ensino fundamental I. Todos estão afastados de suas profissões e a renda familiar concentra-se em torno de um salário mínimo. Entre as estratégias adotadas pelos profissionais para atender aos usuários destacam-se as atividades educativas e a orientação individual. Identificamos que grande parte dos serviços não possuem propostas para abordar a sexualidade do portador de transtorno psíquico, embora os usuários classifiquem positivamente a qualidade do serviço oferecido. No que respeita a compreensão da sexualidade dos portadores de transtornos psíquicos, a maior parte dos profissionais tem uma visão limitada. Concluímos que os profissionais quando abordam a sexualidade não o fazem da maneira mais adequada. Constatamos, ainda, uma falta de interesse dos portadores de transtornos psíquicos pela própria sexualidade, fato que pode ser reflexo da patologia, do distanciamento dos familiares, efeito colateral dos psicofármacos ou resultado da ausência de informação/orientação. |
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