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A importância desse trabalho deve-se ao fato de que Luiz Gonzaga realizou como
também deixou um vasto legado musical para a cultura brasileira, especialmente
cantando e falando do Nordeste. Para tanto, buscamos discutir através da música “A
Triste Partida” e “Asa Branca” a forma como é retratada a identidade no nordestino,
assim como se configura nessas músicas o Nordeste caracterizado como espaço da
saudade. Nesse sentido este trabalho se propõe analisar essas canções mostrando como
as mesmas, ajudaram a propagar essa ideia de um Nordeste atrasado, incivilizado e com
dificuldades, e que constantemente em suas canções vão construindo a imagem da
saudade da terra nordestina, do lugar, da família e dos amores. É esse Nordeste que estar
sempre vivenciado no passado, através daqueles que migraram do Nordeste e um dia
sonham em voltar. É justamente nos meados dos anos 40 que surge Luiz Gonzaga, no
momento em que a rádio está em plena expansão, assim como o país e a música
brasileira que passam por significativas mudanças. Nesse sentido, Gonzaga assume a
identidade nordestina, chamando atenção para o problema dessa região, tornando-a
conhecida, para tanto se apropria da voz, do sotaque, da vestimenta. Muito embora, o
discurso gonzaguiano reforce essa imagem homogênea que é construída em torno do
Nordeste. Outro ponto que destacaremos é a linguagem forte, bastante carregada de
figuras de linguagens, nesse caso, as comparativas, simbologias e expressões regionais
que serão marca de suas músicas. E por fim o Nordeste cantando por ele é um Nordeste
sem mudanças e sem perspectivas, ou seja, tudo parece estar como antes do jeito que ele
deixou, mas que traz esse passado através de suas lembranças. O Nordeste é visto e
sentido por ele em suas canções como espaço da saudade, saudade da infância, das
brincadeiras e do convívio com as pessoas. Nordeste das tradições, dos homens simples
e tementes a Deus, feitos de migrantes saudosos que nunca perderam a esperança de
voltar á terra natal. Percebemos neste trabalho o quanto o Nordeste enquanto espaço vai
além do aspecto físico mais que se consolida como memória viva nas canções de
Gonzaga. |
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