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Esta pesquisa buscou evidenciar os valores envolvidos na vivência da guarda responsável de animais adotados que viviam em situação de abandono, através do discurso dos próprios adotantes, considerando que a responsabilidade inerente ao cuidado de um animal, pode se configurar como forma legítima de levar o sujeito à autotranscendência, também como resultado desse caráter social que pressupõe as relações dos seres humanos no mundo. Para tanto, foi feita uma pesquisa de caráter qualitativo, com uma amostra composta por dez sujeitos que adotaram animais e que ainda vivam com eles, através de questionário sócio-demográfico e uma entrevista semi-estruturada na qual constaram perguntas que foram analisadas a partir da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) para análise de dados qualitativos, e serviram de base para a discussão, que foi fundamentada na Análise Existencial proposta por Viktor Frankl ou, mais precisamente, na vivência de valores – em especial os valores de atitude generalizados, que são uma premissa básica para a realização e autotranscendência humanas. A interação com um animal é considerada, enquanto forma de relação social, vivência que perpassa necessariamente a realização de valores autênticos, como consequência da autotranscendência, na medida em que o cuidado com outro ser faz com que o ser humano deixe de enxergar a si mesmo. Os resultados foram favoráveis para a possibilidade de autotranscendência nesses casos, quando a decisão de adotar provoca mudanças e viabiliza a vivência de valores. |
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