A oralidade no livro didático: usos e possibilidades

Abstract

Com o surgimento da Linguística Contemporânea, a língua passa a ser vista como um fenômeno interativo, em uso. Com isso, o ensino da língua assume novos direcionamentos, reconhecendo a oralidade como um dos eixos essenciais para o desenvolvimento comunicativo dos discentes. Nesse contexto, os gêneros textuais orais devem ser analisados a partir das suas respectivas estruturas e funcionalidades, refletindo a fala como objeto de ensino/aprendizagem nas aulas de Língua Portuguesa (LP) dentro de um continuum de variações entre fala e escrita presentes nas práticas sociais. Diante do exposto, a presente pesquisa, de caráter qualitativo e documental, tem por objetivo investigar como o trabalho didático com os gêneros orais formais está estruturado nos livros didáticos (6º e 9º anos) do ensino fundamental II, tendo como apoio teórico os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL/PCN, 1998), além dos estudos de Antunes (2003), Marcuschi (2005), Schnewly e Dolz (2004), Koch (2006), Bortoni-Ricardo (2008), dentre outros que fundamentam o ensino da oralidade enquanto elemento essencial para o trabalho com a língua materna. Assim, constatou-se que o ensino dos gêneros orais formais não se dá de forma satisfatória nos livros didáticos de língua portuguesa (LDLP) estudados, requerendo mais atenção dos autores e participação efetiva dos professores em sala de aula na promoção de atividades orais sistemáticas, com vistas à promoção de uso efetivo da língua na modalidade oral nas mais diferentes situações de interação social.