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O trabalho de pesquisa originalmente desenvolvido junto ao PIBIC – cota 2016/2017 – objetiva analisar a questão da verdade na obra Ser e Tempo de Martin Heidegger. O modo como o filósofo apresenta a questão é profundamente inovador. Heidegger substitui os conceitos de sujeito, da intencionalidade e da consciência pelo conceito de revelação (Erschlossenheit); assim, a verdade é remetida a uma dimensão anterior àquela proposicional, ou seja, ao modo prático do ser do Dasein no mundo. Se a tradição filosófica sempre entendeu a questão apenas na propriedade da proposição verdadeira ou falsa, para Heidegger o fenômeno originário da verdade está ligado à questão do velamento e do desvelamento, por meio da própria característica existencial do Dasein enquanto Erschlossenheit, enquanto revelação, enquanto abertura. Para Heidegger, a questão da verdade está relacionada ao Dasein: nela somos sempre levados a pressupor a sua existência. A verdade existe na medida e enquanto que o Dasein existe. Então, a verdade é relativa ao Dasein; só há verdade enquanto há Dasein. Sem o Dasein não há verdade. A discussão sobre a questão da verdade na filosofia de Heidegger acontece num plano transcendental porquanto ele busca nas articulações de suas argumentações as condições de possibilidade da mesma. Mas essa transcendentalidade, diferentemente do que acontece, por exemplo, na filosofia kantiana, não é visão a partir do sujeito, mas no âmbito do modo prático do Dasein ser-no-mundo. |
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