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Fundamento. O risco cardiovascular é diretamente proporcional ao grau de
obesidade. Os adolescentes obesos apresentam um perfil cardiometabólico
compatível com o desenvolvimento precoce de doenças cardiovasculares, isto é,
pressão arterial, triglicerídeos e glicemia de jejum significativamente elevados e
colesterol HDL expressivamente baixo.
Objetivos. Identificar a prevalência de alguns fatores de risco que predispõem às
doenças cardiovasculares em adolescentes obesos atendidos no Instituto de Saúde
Elpídio de Almeida, no Município de Campina Grande – PB.
Métodos. Foi realizado um estudo transversal com 120 adolescentes obesos (75
moças e 45 rapazes), com idade entre 10 e 19 anos incompletos. O Índice de Massa
Corpórea foi calculado para diagnosticar os adolescentes em condição de
obesidade. Foram quantificados os seguintes fatores de risco cardiovascular:
Pressão arterial sistólica e/ou diastólica elevadas; circunferência abdominal ≥
percentil 90; glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL; triglicerídeos ≥ 130 mg/dL; colesterol
total ≥ 170 mg/dL; HDL< 45 mg/dL; LDL ≥ 130 mg/dL e histórico positivo de evento
cardiovascular.
Resultados. Foram identificados 67 adolescentes com pressão arterial sistólica
(PAS) e/ou diastólica (PAD) no percentil ≥ 95, determinando uma prevalência de
hipertensão arterial sistêmica de 55,9%. Com relação aos demais fatores de risco
estudados, foram encontradas as seguintes prevalências: 80,0% com valor alterado
da circunferência abdominal, 1,7 % com hiperglicemia, 44,2% com
hipertrigliceridemia, 39,2% com hipercolesterolemia, 83,3% com colesterol HDL
baixo e 97,5% com histórico familiar de evento cardiovascular. Quanto ao número de
fatores de risco cardiovascular, observou-se maior prevalência de adolescentes
obesos apresentando de 4 a 6 fatores de risco (62,5%). Constatou-se, ainda, que
dos 75 indivíduos que apresentaram entre 4 a 6 fatores de risco, 58 encontravam-se
com IMC igual ou acima do percentil 97 (obesidade grave).
Conclusões. Os resultados apontados nesse estudo, especialmente as elevadas
prevalências de HDL baixo e de evento cardiovascular na família, ressaltam a
importância da detecção e do controle dos fatores de risco cardiovascular, exigindo a
adoção de medidas de promoção e proteção à saúde, além de diagnóstico precoce
e do tratamento adequado para essa faixa etária. |
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