O devir e o lugar da mulher na literatura de cordel: uma leitura de A mulher de antigamente e a mulher de hoje em dia, de Manoel Monteiro

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar as figurações da mulher no cordel A mulher de antigamente e a mulher de hoje em dia (2012), de Manoel Monteiro, atentando para os estereótipos produzidos pela intransigência a outros perfis femininos que não se enquadram na construção social vigente. Em tom de brincadeira, criatividade, gracejo e sátira, o cordelista faz uma comparação entre a mulher contemporânea e a mulher de antigamente evidenciando as mudanças a partir de edificações históricas, econômicas, culturais e sociais. Quanto aos procedimentos e às formas de abordagens, este estudo se constitui numa pesquisa bibliográfica-descritiva e qualitativa à luz de reflexões teóricas de autores como Candido (2001), Luyten (2005), Curran (1986), Galvão (2001) entre outros. A leitura do referido cordel possibilitou a compreensão de que a construção social da mulher está ligada à institucionalização das múltiplas linguagens visuais e simbólicas atribuídas pelo sistema patriarcal que institui papeis distintos à mulher ao logo da história.