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A moradia no Brasil ao longo do tempo vem sendo palco de muitas discussões entre estudiosos, pois a mesma reflete diretamente ás condições socioeconômicas da população e suas estruturas de classe. As pessoas de elevado poder aquisitivo escolhem onde desejam morar, porem a população de baixa renda são induzidas a morar em locais onde o preço da terra é mais barato e que não possui uma infraestrutura urbana adequada. Este é o caso da Vila Florestal, comunidade situada na área rural do município de Lagoa Seca, interior do Estado da Paraíba, comunidade esta que se originou de um processo de desapropriação seguida da “doação” de terrenos para moradia de uma parcela da população pobre do Município no início da década de 1990. Os indivíduos que ganharam pequenos terrenos para construir porem, por falta de condições financeiras as pessoas ocuparam de maneira desordenada os terrenos e autoconstruíram suas moradias dando origem á Vila Florestal, uma área segregada em área Peri urbana do Município, que constitui o recorte espacial desta pesquisa. O presente estudo tem como objetivo compreender o processo de organização espacial da Vila Florestal (atualmente com cerca de 300 famílias) dentro da atual estratégia de desenvolvimento urbano da cidade de Lagoa Seca analisando os fatores de formação socioespacial, identificando como ocorreu o planejamento e consolidação do local enquanto área urbana definindo os elementos que expressam a caracterização do local como espaço segregado. A pesquisa se deu pelo método Fenomenológico. A metodologia aplicada no desenvolvimento deste trabalho se pautou por levantamento de dados nas Secretarias de Agricultura, Assistência Social, Saúde, Infraestrutura e Defesa Civil da Prefeitura Municipal de Lagoa Seca, a fim de coletar dados visto que não há literatura sobre a área estudada, bem como: entrevistas com funcionários das Secretarias de Lagoa Seca, moradores da Vila Florestal e alguns candidatos e ex-candidatos do Município, além de mapeamentos, registros fotográficos e observações in loco. A partir do estudo pode-se constatar que a Vila Florestal além de ser um espaço desigual é segregado pela falta de planejamento do local e investimentos. O espaço foi ocupado de maneira caótica criando grandes problemas, com isto a população sofre desde os primórdios pois não se projetou como a Vila iria se desenvolver economicamente o que tem aumentado a desigualdade social. Verificou-se também que são poucas as políticas públicas desenvolvidas pelo Estado voltadas para a Vila Florestal o que eleva a exclusão e a vulnerabilidade tanto estrutural quanto social. |
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