Avaliação do potencial mutagênico e antimutagênico do extrato metanólico de Anacardium humile através do teste de micronúcleo

Abstract

A medicina popular utiliza extratos vegetais para tratamento de variados distúrbios, como os inflamatórios e infecciosos, porém, a população não costuma saber aspectos científicos da planta, como sua capacidade de induzir/inibir danos ao organismo. Anacardium humile St. Hill, (Cajuí), pertence à família Anacardiaceae, encontrado em todo o país, predominantemente no Cerrado. O trabalho objetivou avaliar o potencial mutagênico e antimutagênico do extrato metanólico das folhas de Anacardium humile em células de sangue periférico de camundongos Mus musculus utilizando o teste de micronúcleo. Os animais foram distribuídos em sete grupos: controle positivo, negativo, além das concentrações 500mg/kg, 1000mg/kg e 2000mg/kg por peso corpóreo (p.c.) para o teste antimutagênico e 1000mg/kg/p.c. e 2000mg/kg/p.c. para o teste mutagênico, ambos constituídos por 3 machos e 3 fêmeas. O tratamento mutagênico teve aplicação do extrato via gavage, e o antimutagênico pelo extrato via gavage acrescido da ciclofosfamida via intraperitoneal. Como controle positivo, ciclofosfamida na proporção 50mg/kg intraperitoneal, e controle negativo água destilada via gavage. Após 30 horas, foi realizada coleta sanguínea via punção caudal para esfregaço e preparo das lâminas, que foram coradas com Giemsa para contagem de 2000 eritrócitos policromáticos/lâmina. Constatou-se que não houve aumento significativo na média dos micronúcleos após aplicação do extrato, comparado com o controle negativo e apresentou significância no teste antimutagênico na comparação das doses com o controle positivo. Conclui-se que o extrato não apresentou potencial mutagênico, mas desempenhou atividade antimutagênica com redução de até 58% na frequência de micronúcleos, além disso, o sexo não contribuiu na inibição/indução de micronúcleos.