Resumo:
Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) incluem uma grande diversidade de materiais, desde agulhas usadas e seringas a partes corporais, amostras de diagnóstico, sangue, medicamentos e produtos radioativos. Atualmente, apesar da existência de uma legislação pertinente, esse tema gera grandes discussões. No campo acadêmico, nas Universidades públicas e privadas, há a implementação de atividades práticas em Clínica Escola, onde há a geração destes resíduos. É inquestionável, portanto, a necessidade de implantar políticas de gerenciamento dos RSS nos diversos estabelecimentos de saúde. Neste sentido, objetivou-se avaliar o nível de conhecimento dos alunos de Estágio Supervisionado de duas Clínicas Escola de uma universidade pública acerca dos RSS, com direcionamentos a melhorias neste espaço. As visitas tiveram início no mês de Abril de 2018 e foram analisadas as Clínicas de Enfermagem e Fisioterapia. A metodologia utilizada para a execução do presente estudo foi a de observação das Clínicas com registros fotográficos, avaliando o gerenciamento de RSS, de modo a identificar irregularidades no manejo dos resíduos. Foram aplicados 50 questionários estruturados para o corpo discente que utiliza os ambientes das Clínicas e se dispuseram a cooperar com a pesquisa, sendo 25 alunos de Enfermagem e 25 de Fisioterapia. Os resultados mostram que os alunos têm conhecimentos acerca dos RSS, entretanto, ainda não se podem considerar satisfatórios o nível de conhecimento acerca dos RSS e seu manejo, nem o cumprimento às legislações pertinentes a estes resíduos. 100% dos alunos de Enfermagem tem percepção do que são os RSS e 76% reconhecem o manejo adequado destes resíduos. Por outro lado, apenas 8% dos alunos de Fisioterapia afirmaram que tiveram disciplinas na graduação que abordassem a temática dos RSS e apenas 36% sabiam o quê era RSS. Em relação ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), todos os alunos afirmam utilizar estes equipamentos, mas 68% do total de alunos afirmaram que já deixaram de utilizar os EPIs em suas atividades em algum momento. Ao se observar a infraestrutura das Clínicas foi possível perceber descumprimentos à legislação pertinente, como por exemplo, incompleta sinalização de produtos e espaços, ausência de lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual, ausência de lavatório exclusivo para higiene das mãos, entre outros. Percebe-se, portanto, que as duas Clínicas ainda precisam de melhorias nos aspectos relativos ao manejo adequado dos RSS. São necessárias melhorias estruturais e de capacitação do alunado, que hoje configuram a maioria dos geradores de RSS em ambas as Clínicas.
Descrição:
CONFESSOR, M. V. A. Resíduos de serviços de saúde (RSS) em clínicas escola de Campina Grande, Paraíba: Diagnóstico e percepção de risco. 2018. 43f. Monografia (Especialização em Gestão e Auditoria Ambiental)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.