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O presente estudo foi realizado em duas cerâmicas localizadas no Seridó paraibano. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os impactos ambientais provocados pelo setor da cerâmica vermelha, e em seguida foram feitas três visitas técnicas a cada empresa no período de março de 2013 a fevereiro de 2015. Essas visitas in loco foram denominadas de diagnóstico, tendo sido realizadas entrevistas com os empresários sobre a realidade das empresas nas questões de capacidade de produção instalada, consumo de matéria-prima e matriz energética, tipo de lenha e percentual utilizado, tipo de secagem e eficiência do forno. Logo depois, foram realizadas duas visitas de medições, uma no mês de fevereiro de 2014 e a última em novembro do mesmo ano. Nas visitas de medições foi mensurado o consumo de argila e lenha utilizadas na produção para comprovar os resultados informados no diagnóstico. Foi computado que o consumo de argila por produto queimado na Empresa A era de 1,29 e de 1,31 para a Empresa B, o que implica 17.400 toneladas de argila anualmente para garantir a produção média das duas empresas. Em relação ao consumo de lenha por milheiros de tijolos, os valores encontrados foram de 1,37 para a Empresa A e de 0,57 para a Empresa B, sendo necessários 7.620 metros cúbicos estéreo (st) de lenha por ano. Já em relação ao indicador argila consumida por produto queimado, a Empresa A trabalha em média 63 toneladas/dia e a Empresa B com 9 ton./dia. O retrabalho computado nas empresas devido as perdas na produção, secagem inadequada e requeima são na ordem de 18 ton./dia para a Empresa A e de 7,5 ton./dia para a Empresa B. E por fim, a geração de resíduos sólidos com o percentual de produtos queimados inadequados para comercialização foi de 0,8% para a Empresa A e de 1,5% para Empresa B. Essas perdas geram um total de 8,22 milheiros/ano de resíduos, correspondendo a 9.252 toneladas de argila e de 78 st de lenha consumidos. Como ações de melhoria para minimizar esses impactos ambientais provocados por essas perdas recomendou-se realizar análises na matéria-prima antes de utilizá-la no processo, manter a umidade da lenha adequada para queima, melhorar o processo de secagem, adequar os produtos as normas, trabalhar com um forno mais eficiente. Porém, para as áreas de extração de argila e de lenha foi indicado a aplicação de Boas Práticas Ambientais (BPA) para mitigar os danos causados como implantar novas atividades nas áreas afetadas pela extração da matéria prima e matriz energética, reflorestamento e uso de novos insumos energéticos, como resíduos de outras atividades industriais. |
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