Resumo:
A variação de salinidade nos ambientes estuarinos influencia a distribuição das espécies de peixes bem como a disponibilidade dos recursos alimentares a serem utilizados pelos mesmos durante o seu desenvolvimento e crescimento. O objetivo do presente estudo foi verificar a dieta de Atherinella brasiliensis e as mudanças de acordo com o regime de salinidade entre um estuário positivo e outro hipersalino na costa do Nordeste do Brasil. Para captura dos indivíduos, as amostragens foram realizadas utilizando a metodologia de arrasto de praia (beach seine) em duas áreas dos estuários (zona superior e zona inferior) durante os períodos de chuva e de seca da região. Para o estudo e a comparação da dieta foi utilizado o Índice Volumétrico e as presas foram identificadas ao menor nível taxonômico. Foram examinados um total 2549 estômagos (1124 para o estuário positivo e 1425 para o estuário hipersalino), e os resultados indicaram uma dissimilaridade de 92,7% da dieta entre os ambientes: no estuário positivo houve maior predação dos itens Calanoida, Gastropoda, Hymnoptera, Larva de Ceratopogonidae e Larva de Decapoda, enquanto que Alga, Material Vegetal e Cycoploida caracterizaram a dieta no estuário hipersalino. Entretanto, a variação ontogenética da dieta entre e dentre os estuários não foi evidente. As variações entre os ambientes reforçam o efeito da salinidade no mecanismo fisiológico das populações encontradas nos diferentes estuários, uma vez que as maiores proporções de estômagos cheios nos ambientes hipersalinos indicam a necessidade de grande e constante ingestão de presas para garantir assim, o maior gasto energético com a osmorregulação no estuário hipersalino.
Descrição:
VIEIRA JÚNIOR, A. da G. F. Efeitos da salinidade na ecologia trófica do peixe-rei Atherinella brasiliensis (QUOY & GAIMARD, 1824) em dois estuários tropicais do nordeste do Brasil. 2018. 23f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.