Resumo:
A presença de fatores de risco, assim como o tempo de internação hospitalar, pode influenciar
diretamente no surgimento de complicações, estando entre elas às alterações funcionais, que
através da criação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
(CIF) por meio da Organização Mundial de Saúde (OMS), podem hoje ser avaliadas de forma
mais completa e confiável, melhorando a comunicação entre as pessoas interessadas e os
profissionais da área de saúde, e trazendo uma importante facilidade para comparabilidades
internacionais. O objetivo deste estudo foi investigar a correlação entre os riscos
cardiovasculares pós-operatórios das cirurgias cardíacas com o tempo de internação e
alterações funcionais avaliadas pela CIF. Foram avaliados pacientes submetidos a cirurgias
cardíacas reconstrutivas (revascularização do miocárdio e plastias de valvas), substitutivas
(trocas valvares) e corretoras (correção de cardiopatias congênitas) no Centro Hospitalar João
XXIII, com autorização prévia do paciente quanto à utilização dos seus dados pósoperatórios,
presentes nos prontuários. Foi avaliada a presença de riscos cardiovasculares pósoperatórios
nas cirurgias cardíacas através da equação do InsCor, o tempo de internação
individual pós-cirúrgico por dados dos prontuários, e as alterações funcionais presentes
através da CIF. Os dados foram apresentados em médias e desvio-padrão. Foi utilizado o teste
de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados, o teste de Kruskal–Wallis para
comparação de médias entre os grupos de cirurgias cardíacas e a correlação de Spearman para
verificar a correlação entre os riscos cardiovasculares pós-operatórios com o tempo de
internação e alterações funcionais, além das demais variáveis analisadas no estudo. O
Graphpad Prism 7.0 versão para Windows foi utilizado para a análise estatística. A média de
idade foi de 59,2 ± 12,3 anos. Houve correlação significativa entre os dias de internação
hospitalar e as alterações funcionais (P < 0,0001; ρ = 0,56), entre os dias de internação
hospitalar e o número de comorbidades (P = 0,003; ρ = 0,28) e entre os dias de internação na
UTI e as alterações funcionais (P = 0,002; ρ = 0,29). Quanto à correlação entre os dias de
internação hospitalar e o Inscor não houve correlação estatisticamente significativa (P = 0.08;
ρ = 0,17), porém houve tendência estatística. Mostra-se assim que as cirurgias cardíacas
possuem diversas repercussões orgânicas que podem alterar os mecanismos fisiológicos,
podendo levar a um estado crítico pós-operatório, implicando assim a necessidade de reforçar
os cuidados intensivos a fim de se estabelecer uma boa recuperação dos pacientes.
Descrição:
NASCIMENTO, M. F. Riscos cardiovasculares pós-operatórios em cirurgias cardíacas: Correlação com o tempo de internação e alterações funcionais de acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade – CIF. 2018. 52f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.