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PEREIRA, J. A. Distribuição espaço-temporal e variação ontogenética na dieta de Diapterus auratus Ranzani, 1840 (PERCIFORMES: GERREIDAE), em um estuário tropical, Brasil. 2018. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018. |
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Os ecossistemas estuarinos apresentam riqueza em várias espécies de interesse comercial e ecológico, com destaque para os peixes, que sofrem a influência de seus fatores físicos, químicos e biológicos para completarem seu ciclo de vida. A família Gerreidae compreende peixes dominantes e com ampla distribuição em ecossistemas estuarinos tropicais e subtropicais. Poucos estudos ainda enfatizam a conservação dos recursos e espécies de peixe nos ecossistemas marinhos, através da análise de dados referentes à alimentação. Desse modo, o presente estudo teve como principal objetivo avaliar a dieta da espécie Diapterus auratus em suas diferentes fases ontogenéticas, procurando verificar as possíveis relações tróficas existentes de acordo com o eixo espacial e temporal no estuário tropical do Rio Mamanguape, Paraíba, Brasil. Para o estudo foram definidas duas zonas de coletas ao longo do gradiente estuarino (inferior e superior). As amostragens dos peixes foram realizadas mensalmente em cada uma das zonas, entre janeiro de 2016 e dezembro do mesmo ano. Os peixes foram amostrados com o auxílio de três redes do tipo “fyke” e uma rede do tipo “beach seine”. Os peixes coletados foram fixados em formol a 10%, acondicionados em álcool a 70% e identificados com o auxílio da literatura. Em laboratório, os peixes foram medidos no comprimento total (mm) e pesados (g). Além disso, em cada amostragem, foram aferidas medidas de parâmetros ambientais. A análise de variância (ANOVA, P< 0,05), foi usada para comparar a abundância e biomassa relativa de grupos de tamanho entre zonas e períodos. A fim de identificar quais variáveis ambientais influenciam na densidade e biomassa da espécie, foi realizada uma análise de regressão linear. O conteúdo estomacal foi analisado e identificado até o menor nível taxonômico possível, depois quantificado e aferido o volume. Em seguida, a dieta foi analisada utilizando os métodos de Hyslop para calcular as frequências de ocorrência (FO%), frequências numéricas (FN%) e frequências volumétricas (FV%) e posteriormente foi aplicado o Índice de Importância Relativa (IRI). Uma análise de agrupamento não-hierárquica, foi usada para construir um dendrograma para identificar mudanças ontogenéticas na dieta entre classes de tamanho. Foram coletados 2.186 amostras com maior abundância e biomassa registradas no período seco, na zona superior do estuário. Os padrões de distribuição de D. auratus apresentaram uma segregação flutuante ao longo do ano, resultado de um amplo período de recrutamento, com picos de indivíduos das menores classes de tamanho durante o período de seca na zona superior do estuário. A correlação entre as variáveis ambientais e a densidade e biomassa, apresentaram valores significativos de acordo com a análise de regressão linear (P<0,05). Os 867 estômagos analisados apontaram uma variação ontogenética da dieta de D. auratus, sugerindo uma mudança de comportamento alimentar de presas associadas à zona planctônica para presas bentônicas. A plasticidade trófica da espécie D. auratus, dentro de suas classes de tamanho e a segregação espacial e temporal no uso dos hábitats e dos recursos alimentares é identificado como uma estratégia desenvolvida por essa espécie a fim de evitar a concorrência e competição intraespecífica. |
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