Resumo:
O presente trabalho analisa como o corpo feminino foi construído pelas imagens das propagandas do tônico “A saúde da mulher” no almanaque de farmácia a saúde da mulher, nas décadas de 1930 e 1940. Para isso, fazemos uso das contribuições do filósofo Michel Foucault sobre as noções de discurso, saber e biopoder, para pensar como o discurso médico usado pelo almanaque apreende o corpo feminino, o patologiza e cria para este corpo uma norma do que é ser mulher, a partir de determinados lugares sociais. Também refletimos como tal construção liga-se as aspirações do biopoder e da biopolítica para regular as populações e torná-las saudáveis, atribuindo às mulheres o lugar de agentes sociais como estratégia de controle. A definição do conceito de gênero realizada pela também filósofa Judith Butler, nos é igualmente essencial para a análise, visto que a pensadora concebe o gênero como não sendo verdadeiro, nem falso, mas criado por meio de performances teatralizadas. Desse modo, como procedimento metodológico, utilizamos noções da arqueogenealogia foucaultiana para pensar as condições de possibilidade do periódico e a ordem discursiva da qual este faz parte, levando em consideração as relações de poder que o constituem. Percebemos como o gênero feminino, enquanto performativo, é construído no almanaque pelos saberes e poderes por meio dos discursos.
Descrição:
MORAIS, A. K. L. de. Folheando a saúde: O Almanaque d'a Saúde da Mulher e a construção do feminino nas décadas de 1930 e 1940. 2018. 70f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.