Avaliação de risco à saúde dos consumidores da água distribuída no município de Juazeirinho – PB

Abstract

O trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade da água distribuída na cidade de Juazeirinho- PB, buscando caracterizar os perigos associando as possíveis causas a cada um dos eventos que colocam em risco os consumidores dessa água. Para isso, foram utilizadas duas metodologias de avaliação de risco, a Análise Preliminar de Perigos (APP) e a Análise de Árvore de Falhas (AAF). Foram avaliados quatro estabelecimentos, totalizando dez pontos de amostragem, escolhidos com base no Plano de Amostragem da Vigilância em Saúde Ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano, sendo analisados os indicadores cloro residual livre (CRL), turbidez, pH, bactérias heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli, no período de março a dezembro de 2016. A cidade possui sistema de abastecimento de água por rede geral, sob a responsabilidade da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA), porém, devido a um período de estiagem, o abastecimento era complementado por carros-pipas mantidos pela Prefeitura Municipal. O conjunto de dados coletados para cada indicador analisado foi submetido à análise estatística descritiva. A partir dos resultados obtidos, foi verificada a não conformidade com os valores permitidos pela Portaria de consolidação nº5 de setembro de 2017. Foram, então, aplicadas as metodologias de avaliação de risco. A partir da APP foram listados os perigos associados à qualidade da água analisada, os indicadores que causaram maior preocupação foram o CRL, bactérias heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli, sendo formulada uma classificação de risco crítico. Foi elaborada uma árvore de falhas, tendo como evento topo a não conformidade do ponto analisado, seguido dos eventos intermediários, sendo então consideradas as falhas básicas causadoras desses eventos. Aplicadas as metodologias, foi possível observar as principais causas que afetam a má qualidade da água e colocam a saúde dos consumidores em risco, as quais são a falta de manutenção do sistema e a falha na desinfecção, sendo esta última ocasionada provavelmente pela mistura de águas da rede geral e de carro-pipa e a péssima estrutura de instalação dos reservatórios e tubulação. Foi constatado, por fim, que a água distribuída representa risco à saúde da população, sendo necessário implementar medidas que busquem melhorar a qualidade da água e, consequentemente, a saúde pública.