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Muito se tem falado acerca do lugar da mulher na sociedade, em razão do grande avanço de
conquistas que vão sendo empreendidas por meio da luta feminina, seja no âmbito familiar,
com a ressignificação da noção de deveres domésticos, de mantenedora, entre outros, seja no
meio trabalhista, com a ainda corrente luta por equidade de direitos, tanto salariais quanto de
respeito à ética profissional. Destarte, o presente trabalho problematiza a questão da
construção imagética feminina e seus ofícios na teia composta por relações de poder em meio
ao espaço da Feira Central de Campina Grande – PB, assim também, como se dá o
desvelamento do discurso feminino em meio ao comércio e a influência deste discurso na
formulação das culturas populares, a saber, de massas provenientes deste meio. Em “As
múltiplas fases femininas no mundo do trabalho da Feira Central de Campina Grande – PB”
as culturas são abordadas como comuns entre os indivíduos, e, apesar de carregarem
representatividades diversas, são, em suma, um meio comum a homens e mulheres quando
inseridos em uma malha específica de convívio, como é evocado na obra de Aquino, a ideia
de formas globais de vida e de formas globais de luta, como noções propostas de um
indivíduo sobre o outro, de forma a homogeneizar as mulheres para defini-las enquanto o
“outro”, o corpo indesejado (ARAÚJO, 2006). Esse sentido é substituído pela noção,
elaborada por Thompson, de que a relação entre os indivíduos é construída na percepção de
classes pelo seu teor histórico, de semelhanças e distanciamentos (THOMPSON, 1987). O
núcleo deste trabalho gira em torno da fonte oral, quando, da utilização de entrevistas
proporcionadas por mulheres, partícipes do meio comercial da Feira Central, é realizado um
estudo do discurso dessas mulheres, de como elas se percebem no contexto do espaço
supracitado e de como sua representação feminina ativa se expressa, e, impregna significados
diversos no meio familiar e social. Por meio deste estudo, é possível conhecer as formas como
as mulheres comerciantes da Feira Central reconstroem cotidianamente suas imagens ante o
pragmatismo inferido sobre elas e sua capacidade produtiva. |
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