dc.description.abstract |
O objetivo de nossa pesquisa é apresentar a concepção de amor na obra filosófica de Arthur Schopenhauer, profundo conhecedor da obra de Platão e a quem o filósofo de Danzig muito deve quanto á formulação de sua própria filosofia. Utilizamos para desenvolver nossa pesquisa dois textos filosóficos primários do pensador: O mundo como vontade e como representação, obra principal, publicada no ano de 1819 e A metafísica do amor, presente no segundo volume de O mundo como vontade e como representação, capitulo 44, e que contem suplementos sobre os quatro livros da obra principal, publicada no ano de 1844. A questão que norteou nossa pesquisa foi à seguinte: Será que Schopenhauer, como leitor assíduo das obras de Platão, foi influenciado de tal modo pelo filósofo grego que sua própria concepção de amor é vista no seu lado positivo? Constataremos que é preciso distinguir, na obra de Schopenhauer, duas concepções diferentes sobre o amor. Primeiramente o filósofo alemão apresenta o amor no sentido sexual (EROS), em seguida como amor puro (ÁGAPE). No primeiro sentido o amor nada mais é do que a emoção de que serve o gênio da espécie para favorecer a obra obscura (irracional) e problemática da propagação da espécie; o amor aqui nada mais é do que a manifestação (encenação) fenomênica, isto é, sob a aparência da multiplicidade e da diversidade dos seres vivos, da única força (essência) que rege o mundo: a Vontade de viver. Esse tipo de amor é visto por Schopenhauer, na sua essência, como negativo, pois, leva á continuação do mundo como sofrimento e morte. O amor puro, por sua vez, tem a ver, segundo a concepção de Schopenhauer, com nossas ações (atitudes, comportamentos) com relação à dor alheia retratada na vida de nossos próximos e também dos animais. O amor aqui pode ser visto no seu lado positivo, como amor ético, e que se efetua em gestos concretos do sujeito para diminuir à dor alheia; essas idéias formam a base da moral da compaixão de Schopenhauer. |
pt_BR |