Interações medicamentosas relacionadas ao uso de antibióticos em ambiente hospitalar

Abstract

Interação medicamentosa é um evento clínico em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente químico ambiental. Diversos são os fatores de risco para a ocorrência de interações medicamentosas, sendo estes relacionados à prescrição, onde o aumento do risco de interações é diretamente proporcional à quantidade de medicamentos prescritos; condições intrínsecas ao paciente, como idade, sexo e condições de saúde; e fatores intrínsecos ao medicamento, principalmente o índice terapêutico. Os antibióticos ocupam uns dos primeiros lugares no receituário médico geral e vários estudos apontam como um dos grupos medicamentosos que mais causam eventos adversos. Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo fazer um levantamento epidemiológico das prescrições, identificando as interações medicamentosas relacionadas à terapia antimicrobiana. Foi realizado um estudo de caráter quantitativo-descritivo, desenvolvido no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande, de novembro de 2016 a julho de 2017, com pacientes internos nas alas de infectologia (ala E), respiratória (ala A) e oncopediatria. As interações medicamentosas foram identificadas através da base de dados Micromedex disponível no portal Capes e classificadas segundo sua gravidade. Foram estudadas 230 prescrições, sendo: 102 da ala de infectologia, 95 da ala respiratória e 33 na oncopediatria. Foram encontradas 262 ocorrências de interações medicamentosas na ala de infectologia, tendo como maioria as interações: Lamivudina/Zidovudina – Sulfametoxazol/Trimetoprima 20 (7,6%), Azitromicina – Ondansentona 18 (7,0%) e Captopril – Sulfametoxazol/Trimetoprima 14 (5,3%). Na ala respiratória encontrou-se um total de 146 interações, sendo as mais frequentes: Moxifloxacino – Ondansentrona 67 (45,89%) e Moxifloxacino – Haloperidol 10 (6,85%). Na oncopediatria foram encontradas 15 ocorrências de interações medicamentosas, sendo as principais entre Amicacina – Furosemida 3 (20%) e Sulfametoxazol+Trimetoprima – Fluconazol 3 (20%). Esses eventos adversos podem ser minimizados quando se conhece a terapia medicamentosa e utilizam-se esses medicamentos de forma racional, direcionado por programas de Farmacovigilância, garantindo a segurança do paciente.