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A lesão medular é uma afecção crônica neurológica que tem crescente incidência a cada ano devido principalmente aos acidentes automobilísticos e violência urbana, trazendo uma série de consequências que alteram a função motora, sensitiva e psicossocial do indivíduo, afetando a rotina familiar e estabelecendo um novo estilo de vida. Um melhor conhecimento do perfil dos indivíduos acometidos auxilia na programação de recursos materiais e físicos necessários a um tratamento mais efetivo e adequado para a população estudada. OBJETIVO: caracterizar o perfil epidemiológico e funcional dos pacientes atendidos no Projeto de Extensão Psicomotricidade Aplicada à Lesão Medular – PROPALM, que acontece na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo quantitativo, documental com análise retrospectiva de prontuários em arquivos do PROPALM. Foram analisados a ficha padrão de avaliação em Fisioterapia Neurofuncional, a Escala de Classificação Neurológica da Lesão Medular – ASIA e a Medida de Independência Funcional - MIF. Os dados foram extraídos seguindo um roteiro para coleta de dados em arquivos, e posteriormente transformado em tabelas, com o propósito de estabelecer as características do perfil dos usuários acometidos com lesão medular. Na análise dos dados foi utilizado o programa estatístico SPSS para as análises descritivas (média, frequência e porcentagem) e construção de tabelas cruzadas de frequências. RESULTADOS: Foram avaliados 11 prontuários, em que houve uma maior frequência de indivíduos do sexo masculino (81,8%), idade entre 30 a 40 anos (45,5%), solteiros (45,5%), ensino fundamental incompleto (63,6%), sem relato de ocupação atual (63,6%). Acidentes de moto (27,3%) e perfuração por arma de fogo (PAF) (27,3%) foram a etiologia mais prevalente, seguido de queda (18,2%), soterramento (9,1%), arma branca (9,1%) e vírus (9,1%). Os segmentos medulares mais acometidos foram o cervical (27,3%) e torácico (27,3%), seguido do lombar (18,2%). A classificação ASIA mostrou uma maior frequência de ASIA B (27,3%), seguido de ASIA A (27,3%), ASIA D (18,2%) e ASIA C (9,1%). A dor foi a queixa principal mais frequente (45,5%), seguida de “não andar” (18,2%), dependência (9,1%) e dormência (9,1%). O tempo de lesão mais frequente foi entre 2 a 5 anos (45,5%), seguido de ≤ 2 anos (18,2%), >11 anos (18,2%). Na capacidade funcional foi observado uma maioria de preservação completa da independência funcional para a maior parte das atividades. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo possibilitou um melhor conhecimento das variáveis epidemiológicas, clínicas e funcionais dos indivíduos com lesão medular, dados que podem contribuir para uma intervenção mais específica na conscientização da população em relação às causas da lesão na nossa realidade, assim como uma melhor abordagem terapêutica dos pacientes já acometidos. |
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