Experiência profissional de agente de vigilância ambiental: Um relato de caso no município de Lagoa Seca – PB

Abstract

O Aedes aegypti é um dos mosquitos de maior importância médico e veterinário no mundo, no Brasil, está associado à transmissão do Dengue, Febre Amarela Urbana, Zika e Chikungunyia. A ausência de vacina para essas arboviroses faz do trabalho de controle ao mosquito o método disponível mais eficaz para prevenção de epidemias e surto dessas doenças. Assim, o Programa Nacional de Controle do Dengue (PNCD) estabelece as diretrizes para o controle ao mosquito a ser realizado em todas as esferas de governo, sendo a execução das atividades centradas nos trabalhos de visitas e inspeções aos imóveis, realizado na esfera municipal pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE) – no município de Lagoa Seca-PB, denominado de Agente de Vigilância Ambiental (AVA). Apesar da importância desses profissionais, poucos estudos são destinados ao entendimento do seu exercício profissional, e sua relação frente ao insucesso das campanhas de controle. O presente estudo é um relato de experiência do desenvolvimento laboral do AVA no programa de controle ao A. aegypti, no município de Lagoa Seca-PB, com objetivo de descrever o desenvolvimento das atividades de controle e tecer considerações quanto às condicionalidades associadas ao insucesso das campanhas, quase sempre atribuído exclusivamente às falhas no programa e dos AVA/ACE. O relato é baseado na experiência profissional como AVA fundamentado no levantamento da legislação e de literatura complementar (artigos, revistas, periódicos). Os resultados evidenciam as limitações e dificuldades da realização das atividades de controle de forma eficiente, como: déficit na quantidade de profissionais; acúmulo de atribuições distintas aos AVA/ACE; a falta de recursos (materiais e equipamentos); falta de ações governamentais em outras áreas (como saneamento); ausência de uma identidade profissional específica, etc. Apesar do conhecimento da existência do ACE/AVA por parte da população, sua profissão ainda é pouco valorizada, mesmo a nível nacional, pouco se evidencia sua importância, é preciso estender mais estudos para o fortalecimento e a conquista da identidade profissional.