Resumo:
A hanseníase é uma doença de notificação compulsória que está inclusa no rol das doenças negligenciadas e estigmatizastes. O estigma da doença é resultante da tradução bíblica da palavra tsaraath que trouxe para a cultura ocidental uma carga de crenças sobre punição divina, castigo e pecado que influenciaram a forma cruel como a Europa Medieval lidou com a doença. A partir do Século XV, a “lepra” se torna uma doença predominantemente colonial, reduzindo-se drasticamente na Europa devido à melhoria das condições sanitárias. Ao final do Século XIX, a descoberta do bacilo de Hansen, torna-se uma justificativa cientificamente embasada para o isolamento dos doentes, fato que influenciou toda a maneira como a saúde pública brasileira lidou com a doença. As doenças negligenciadas, também chamadas de doenças em eliminação, são causadas por agentes infecciosos ou parasitas, além de serem consideradas endêmicas em populações de baixa renda. Neste trabalho foram identificados os casos de Hanseníase ocorridos na cidade de Ingá -PB, considerando o perfil epidemiológico dos doentes identificados na amostra com vistas a classificação dos casos pela faixa etária, números de casos notificados, tipo de alta, locais de notificação e sexo. O estudo foi do tipo exploratório, descritivo, com abordagem quanti-qualitativa, utilizando-se de dados secundários provenientes do Sistema de Informação Nacional e Agravos Notificáveis Windows (SINAN/W), mediante situação do município de Ingá no período de 2005 a 2015. Os resultados obtidos na pesquisa revelaram que houve um predomínio de casos de hanseníase nos anos de 2011 a 2015 com 50,3% (71), dos quais 26,9% (38) foram do sexo feminino e 23,4% (33) do sexo masculino, embora nos anos de 2005 a 2010 foi quase que igual com 49,6% (70), dos quais 28,3% (40) foram do sexo feminino e 21,2% (30) do sexo masculino. Observamos que com a criação do Programa Saúde da Família (2001), houve sempre uma maior preocupação em busca ativa e capacitação de um maior número de profissionais quando observamos 141 casos da doença notificados e que este número começa a baixar em dezembro de 2015 com apenas 19 doentes de hanseníase em tratamento, mostrando assim, que os serviços de saúde do município já estão mais estruturados para o controle e eliminação da hanseníase.
Descrição:
SILVA, V. F. da. Perfil epidemiológico da hanseníase no município de Ingá-PB nos anos de :2005 a 2015. 2019. 28f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.