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Diante dos avanços tecnológicos na área da obstetrícia, o parto deixou de ser visto como um evento fisiológico, assemelhando-se a uma patologia que necessita de várias intervenções médicas. Deste modo, o médico e suas técnicas se tornaram protagonistas do parto, devendo a mulher se submeter ao recomendado pela equipe de saúde. Diante desse cenário, a humanização surge como possibilidade de transformação do modelo biomédico e hospitalocêntrico do parto. Diante dessas duas propostas de assistência ao parto, o presente estudo teve como objetivo compreender a perspectiva dos profissionais em relação a assistência ao parto. Participaram do estudo 12 profissionais de saúde que atuam em uma maternidade pública de Campina Grande - PB. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, as quais foram analisadas a partir da análise de conteúdo temático categorial. Os resultados permitiram construir três categorias temáticas: Gestantes/Puérperas; Parto e Assistência ao parto no SUS. Foi possível verificar que os profissionais representam as gestantes como um grupo social vulnerável, de baixa renda, com pouca escolaridade e que não realizam adequadamente o pré- natal na atenção básica. Em relação aos tipos de parto, os profissionais revelam que as mulheres preferem a via de parto cesárea e apontam como principais motivos: o medo da dor, medo de agressão, fatores culturais, midiáticos e influência médica. No que diz respeito à assistência ao parto, foi possível verificar que houve melhorias significativas advindas da adesão da maternidade à Rede Cegonha, promovendo uma melhora do serviço tanto em aspectos estruturais da maternidade, quanto das condutas dos profissionais com posturas mais acolhedoras e práticas efetivas e embasadas tecnicamente. Mesmo assim, foi possível verificar a existência de condutas profissionais dissonantes com as boas práticas em obstetrícia. Diante desses dados, torna-se emergente haver mais esforços institucionais, que atuem nesses cotidianos profissionais, no sentido de fomentar o movimento de humanização e assegurar o direito da mulher a uma assistência digna e de qualidade. |
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