Marcas da poesia na narrativa de Bartolomeu Campos Queirós: leitura de coração não toma sol

Abstract

Este trabalho tem o propósito de fazer uma leitura crítica do livro, Coração não toma sol, de Bartolomeu Campos de Queirós, procurando identificar as marcas da poesia presentes nessa narrativa. Escritor mineiro que começa sua vida literária a partir dos anos 70 e atualmente ocupa um lugar de destaque na produção literária dedicada ao público infanto-juvenil. A narrativa que motiva a realização deste estudo foi publicada originariamente em 1986, recebeu algumas premiações e novas edições, a última em 2010, e narra a história de um coração que, por viver entre as sólidas paredes de um castelo, não tomava sol. Ele tinha por tarefa guardar tudo aquilo que o castelo encontrava, pensava e sonhava. Tantos enredos surgiam do leste ou chegavam do oeste, que o coração os guardava sem saber por que vinham. E assim, leva o leitor a uma leitura mais ampla, proporcionando um sentido repleto de beleza ao texto, acima de tudo intensifica e revela a expressão dos sentimentos. Toda a emotividade que caracteriza a narrativa nos possibilita fazer uma ponte da narrativa com a poesia. Trata-se, portanto, de um estudo de crítica literária que, por sua vez, se caracteriza por uma pesquisa de base bibliográfica. Para tanto, foram de fundamental importância os estudos de Aristóteles (1984, DÓnofrio (2004), Abramovich (2004), Goldestein (2004), dentre outros. A leitura crítica realizada aponta para uma narrativa que é detentora de uma linguagem marcada por repetições, animismo e metáforas, traços distintivos da poesia que se fazem presentes em Coração não toma sol, caracterizando-a uma prosa poética. Tomaremos como referência a 11ª edição lançada pela FTD, em 1998.