As desconstruções de gênero em Orlando: uma biografia: feminino e masculino como construção social

Abstract

As questões de gênero têm sido foco em inúmeras discussões. Entretanto, a sociedade impõe papeis sociais pré-determinados para homens e para mulheres. Felizmente, nesses últimos tempos, a sexualidade humana vem sendo tratada como processo. A partir dessa ideia, o objetivo desse trabalho é analisar como acontecem as (des)construções de gênero no romance Orlando: Uma biografia de Virgínia Woolf. Desse modo, essa pesquisa salienta a necessidade de refletirmos sobre a desconstrução de gênero através de uma perspectiva mais humana e mais igualitária. Como base teórica, utilizamos, Salih (2015) que explica a autora Judith Butler e a teoria queer a partir das ideias sobre sujeito, gênero e sexo, Cândido (1995) definindo conceitos sobre a complexidade das personagens dentro do romance, Fusini (2010) ressaltando a importância da vida e da obra de Virgínia Woolf para a construção da sua escrita e Chevalier & Gheerbrant (2009) apoiando a nossa interpretação sobre a simbologia nesse romance. Para esse estudo, realizamos uma pesquisa bibliográfica e na sequência uma pesquisa teórica utilizando uma abordagem qualitativa e de cunho descritivo-interpretativa. Constatou- se que nesse romance, escrito na segunda década do século XX, apesar da transformação da personagem Orlando em Lady Orlando, as suas atitudes não se encaixam no binarismo homem/mulher; pelo contrário, há feminilidade no ser masculino e há masculinidade no ser feminino. Assim sendo, percebemos que a personagem Orlando, mesmo depois da sua transformação, não muda em sua constituição identitária.