Efeitos da estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) sobre a função do membro superior parético pós-AVC: Uma revisão sistemática

Abstract

Introdução: O AVC é um quadro neurológico agudo, de origem vascular, com rápido desenvolvimento de sinais clínicos devido a distúrbios locais ou globais da função cerebral com duração maior que 24 horas. Disfunções no membro superior são muito comuns após o derrame, posto isso, a EMTr, tem sido proposta no tratamento de indivíduos com incapacidades após o AVC; no entanto, seus resultados são variáveis. Objetivo: Investigar os efeitos dos diferentes protocolos da EMTr sobre a função do membro superior parético (MSP) pós-AVC. Método: Revisão Sistemática de artigos publicados nos últimos cinco anos a partir das bases de dados MEDLINE, PubMed, LILACS, Cochrane, Scopus, ScienceDirect e PEDro. A busca ocorreu entre abril e maio de 2018 por meio dos descritores: Stroke, Transcranial Magnetic Stimulation, Rehabilitation, Upper Extremety e Paresis. Incluiu-se artigos completos; nos idiomas português, inglês e espanhol; com no mínimo um grupo controle; e ao menos uma variável relativa a funcionalidade do MS pré/pós intervenção, excluindo- se estudos de revisão, caso/série de casos, modelo animal ou estudos que comparassem a EMTr a outras modalidades de eletroestimulação. Em seguida, avaliou-se a qualidade dos artigos selecionados através da Escala PEDro (Physiotherapy Evidence Database), testando-se o nível de concordância entre os avaliadores a partir do Teste de Kappa Cohen, considerando significante p<0,05. Resultados: A seleção culminou em nove artigos, sendo todos ensaios clínicos randomizados com boa qualidade metodológica (Avaliador 1: 8,4 ± 1,1; Avaliador 2 8,1 ± 1,3). A maioria dos estudos utilizaram EMtr de 1Hz devido a sua superioridade em relação a EMTr de 5Hz.Todos os estudos demonstraram melhora na funcionalidade do MS, apresentando a EMTr como um facilitador da reabilitação pós- AVC, no entanto um estudo não apresentou diferenças entre os grupos que se submeteram ou não a estimulação. Conclusão: O protocolo de 1Hz, com 1200 pulsos e intensidade de 90% ou 100% foram os mais utilizados para recuperação do MSP; contudo, estudo com 5Hz de frequência também apresentou desfecho positivo. Os principais efeitos da EMTr sobre a função do MSP são: melhora da funcionalidade, diminuição da negligência unilateral e da espasticidade. Aponta-se que a EMTr é uma abordagem válida e promissora para ganho da função do MS em indivíduos com AVC.