Relação entre o declínio cognitivo e a depressão em indivíduos com transtorno neurocognitivo maior

Abstract

O Transtorno Neurocognitivo Maior (TNM), ou demência, tem se apresentado como importante problema de saúde para a população acima dos 60 anos. Mais de 46,8 milhões de pessoas no mundo sofrem com esse mal. Assim como o TNM, a depressão tem sido identificada como um problema importante na população idosa, a qual além de cnsiderada debilitante para o indivíduo, também pode exacerbar debilidades físicas causadas por uma patologia inicial. Esse estudo tem como objetivo investigar a relação entre declínio cognitivo e a presença de quadro depressivo em indivíduos com TNM. Estudo transversal, observacional, descritivo e analítico, com abordagem qualiquantitativa. A pesquisa foi realizada no ambiente domiciliar de 43 indivíduos portadores de demência diagnosticados e acompanhados clinicamente através do Serviço Municipal de Saúde de Campina Grande e da Clínica Escola de Fisioterapia da UEPB. Foram utilizados os seguintes instrumentos de avaliação: Escala de Avaliação Clínica da Demência – CDR; Mini-Exame do Estado Mental – MEEM e Escala de Cornell de Depressão em Demência – ECDD. Os resultados foram analisados através do Programa Estatístico SPSS Statistics 22.0. Verificou-se média de idade de 79,3 ± 8,15 anos, com prevalência da faixa etária acima dos 80 anos, predominância do sexo feminino, com até 8 anos de estudo. Para o grau de severidade da demência evidenciou- se uma preminência de demência grave (CDR 3), seguida de demência moderada (CDR 2), sendo o tipo de demência mais prevalente a Doença de Alzheimer (62%). A avaliação da função cognitiva através do MEEM demonstrou que os indivíduos apresentaram média de 8,16 ± 7,56 no escore geral, o que sugere declínio cognitivo importante na amostra estudada. Na avaliação através da ECDD os portadores de demência apresentaram pontuação de 11,93 ± 6.00 o que indica um provável quadro de depressão maior. Por meio de regressão logística binária foi avaliado se o declínio cognitivo teria influência na incidência de depressão, sendo a variável desfecho a depressão analisada através do ponto de corte da ECDD, e os resultados no MEEM e CDR as variáveis previsoras Realizou-se regressão linear múltipla, na qual foi evidenciado para o MEEM (R = 0,044; p= 0,2) e para a CDR (R = 0,077; p= 0,9), indicando 2 2 que os resultados nessas escalas não são previsores dos resultados na ECDD. A partir dos resultados obtidos é possível inferir que o modelo adotado não foi suficiente para verificar que o declínio cognitivo avaliado através do MEEM não tem influência na incidência de depressão na população estudada bem como não é um previsor do estado depressivo avaliado através da ECDD.