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A Migrânea é um tipo de cefaleia primária que possui caráter pulsátil de intensidade moderada a forte. Sua forma crônica (≥15 crises/mês) é fator desencadeante e/ou agravante de comorbidades, incluindo diversos transtornos psiquiátricos, principalmente a ansiedade e a depressão que são as mais prevalentes. A Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTr) é um tipo de intervenção não invasiva que possui tanto potencial analgésico quanto ação nos distúrbios emocionais. Objetivo: Sendo assim, este estudo objetivou investigar o efeito neuromodulador de protocolos da EMTr quanto aos mecanismos neuromodulatórios Metodologia: Estudo clínico randomizado, duplo-cego, com indivíduos diagnosticados com na depressão e ansiedade em portadores de Migrânea Crônica. MC alocados nos grupos: Experimental (Área Motora Primária: M1; Córtex Pré-Frontal Dorsolateral: CPFDL) e Placebo. Realizou-se 10 sessões (3 sessões/semana) com 5Hz em 6,5 minutos, optando-se pelo hemicrânio esquerdo. Foram utilizados os instrumentos: Ficha de Avaliação Sóciodemográfico e Hábitos de Vida; Escala Visual Analógica da Dor (EVA); Diário de Cefaleia; Inventário de Depressão de (BDI) e Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). Os dados foram analisados por intenção de tratar, através dos testes de Friedman, Kruskal-Wallis seguido do post hoc de Mann-Whitney quando necessário, sendo p<0,05 considerado significante. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal da Paraíba (CAAE: 60939816.4.0000.5188). Resultados: Selecionou-se 12 indivíduos (M1:4; CPFDL:4; Placebo:4), com 41,8±9,5 anos, predominância do sexo feminino (83,3%), 50% solteiros, 58,3% empregados e 50% com nível superior completo. Observou-se quanto à intensidade da dor (7,7±1,3) sua redução no Grupo M1, entretanto, sem alterações significativas. Por outro lado, observou -se diminuição significativa (p= 0,017) da intensidade da dor em indivíduos do Grupo CPFDL na pós- intervenção em relação à pré-intervenção. Os sintomas de ansiedade apresentaram média inicial de 13,5 ± 11,75, indicando ansiedade leve, com redução após intervenção com EMTr (M1: p=0,9957, CPFDL: p=0,1082, Placebo: p=0,3142) e quanto a depressão mesmo os escores apresentando indícios da doença, a estimulação no CPFDL foi capaz de reduzir os sintomas depressivos presentes que se mantiveram até o follow up (M1: p=0,8785; CPFDL: p=0,0069; Placebo: p=0,1250) Considerações Finais: É possível sugerir que os protocolos de EMTr de alta frequência são capazes de modular a percepção da intensidade da dor e reduzir os sintomas de ansiedade e depressão dos indivíduos acometidos, principalmente a estimulação sobre o CPFDL. |
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