Caracterização dos fatores ambientais para idosos sob a perspectiva da classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF)

Abstract

Introdução: A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) aponta que os fatores ambientais constituem o ambiente físico, social e atitudinal no qual as pessoas vivem e conduzem suas vidas. O ambiente, portanto, tem uma influência significativa sobre a capacidade funcional, podendo ser adequado ao idoso por favorecer maior envolvimento social, e maior autonomia. Objetivo: Diante disto, este estudo tem como objetivo geral caracterizar os fatores ambientais em facilitadores ou barreiras para a funcionalidade dos idosos. Metodologia: a amostra foi composta por 15 indivíduos cuja idade mínima foi de 60 anos, de ambos os sexos, portadores de afecções traumato-ortopédicas e/ou reumatológicas, que estavam adscritos aos serviços da Clínica Escola de Fisioterapia. De forma inicial foi realizada uma triagem através da aplicação do Formulário Sociodemográfico, seguida da aplicação do roteiro de perguntas baseados na lista verificada da CIF e posteriormente feita interpretação e transcrição do roteiro de perguntas para a Checklist dos Fatores Ambientais (CIF) para a qualificação dos fatores e codificação. Após a coleta, os dados foram analisados e tratados estatisticamente através do software IBM SPSS (Statistical Package for Social Science) pelo qual, mediante o resultado, foi realizada a análise estatística descritiva (média, mediana e desvio-padrão). Resultados: A amostra foi composta por 76,3% do sexo feminino, com média de idade de 70,93 anos, sendo 53, 3% casados e 80% morando com algum acompanhante, 60% com grau de escolaridade fundamental incompleto e 87,7 são aposentados. Das afecções reumatológicas e/ou traumato-ortopédicas que mais acometem os idosos a gonartrose teve a maior frequência, com 60%, sendo o membro inferior mais acometido, 66,7%. Os fatores ambientais que tiveram destaque como facilitadores foram: apoio e relacionamento de conhecidos, colegas e membros da sociedade e atitudes individuais com outros profissionais, com 93,7% ambos e como barreira: o desenvolvimento de zonas urbanas, 93,7%, e dos 14 idosos que escolheram como barreira 13, consideraram como uma barreira completa. Considerações Finais: Os idosos caracterizaram os fatores ambientais mais como facilitadores do que barreiras, o que foi positivo para a funcionalidade dos participantes. Porém é importante considerar neste estudo que o domínio desenvolvimento de zonas urbanas, além de ter sido a maior barreira, pela falta de acesso nas ruas por eles frequentadas, dos idosos que destacaram como barreira, 13 qualificaram como sendo barreira completa e 1 como barreira grave; representando um potencializador na redução da mobilidade, visto que os participantes além de idosos, a maioria possui gonartrose, acometendo os membros inferiores, o que dificultará ainda mais a locomoção em locais que não possuam um bom acesso, levando a mais restrições e consequentes incapacidades. Entretanto, é importante que mais estudos sejam realizados, abordando um número maior de fatores ambientais e com uma amostra maior de idosos, para enriquecer a literatura e tornar a avaliação de fatores ambientais um aspecto importante a ser considerado pelos profissionais da saúde, pois é necessária uma visão holística do paciente para que haja uma intervenção mais eficiente.