dc.description.abstract |
Executar um instrumento requer educação e treino com a mesma intensidade e duração exigidas para esportes de alto nível. Este estudo visa avaliar o impacto nas estruturas orofaciais da utilização de instrumentos de sopro, buscando analisar o perfil sóciodemográfico, identificar lesões na cavidade oral e estruturas adjacentes, avaliar os hábitos parafuncionais, verificar a presença de distúrbios temporomandibulares, avaliar o grau de ansiedade, qualidade do sono e perfil de impacto da saúde oral na qualidade de vida de musicistas sopro-instrumentistas de orquestras filarmônicas do estado da Paraíba. Caracteriza-se como um estudo coorte transversal/prospectivo, com amostragem obtida de maneira não- probabilística, por conveniência. Através dos resultados obtidos, observa-se que a maioria dos musicistas é do sexo masculino (n = 63; 82,9%), tem entre 20 e 40 anos de idade (n = 39; 51,3%), e toca principalmente trompete (n = 15; 19,7%), há cerca de 8 a 10 anos (n = 20; 26,3%), 1 a 2 horas por dia (n = 45; 59,2%), com tempo médio de apresentação de 3 a 4 horas (n = 35; 46,1%), sem realizar exercício de aquecimento (n = 42; 55,3%). Em 50,0% (n = 38) verificou-se alteração na embocadura e em 21,1% (n = 16) observou-se necessidade de afastamento do instrumento por razões odontológicas. Além disso, quase todos relataram que já se machucaram devido à execução do instrumento (n = 66; 86,8%). As alterações mais comumente encontradas foram bolhas (n = 26; 34,2%) e as localizações de alterações mais frequentes corresponderam ao lábio inferior (n = 29; 38,2%). Os musicistas relataram apresentar dor durante ou após a execução do instrumento (n = 56; 73,7%), porém um pequeno percentual buscou ajuda profissional (n = 15; 19,7%). A maioria dos musicistas tinha DTM moderada (n = 31; 40,8%); O escore médio do Oral Behavior Checklist de 43,18 (DP = 18,18) e do nível de ansiedade em performance musical foi de 121,47 (DP = 62,77). A qualidade do sono foi considerada como má pela maioria dos musicistas (n = 48; 63,2%) e o nível de impacto da saúde bucal na qualidade de vida foi de 30,64 (DP = 12,18). Pode-se concluir que há necessidade de novos estudos - especialmente dentro do escopo da área odontológica - que ampliem suas práticas e procurem estabelecer diretrizes para o tratamento individualizado para os musicistas e que atendam a suas demandas tão particulares, sem interferir na singularidade de sua embocadura e execução instrumental. |
pt_BR |