A representação do negro na obra de Monteiro Lobato: Leitura de "Negrinha"

Abstract

Este trabalho objetiva fazer uma analise social sobre a representação do negro na literatura brasileira, tendo como embasamento e objeto de estudo a obra de Monteiro Lobato, nomeadamente o conto ―Negrinha‖, que integra a coletânea de mesmo nome, publicado em 1920. O autor deste conto é conceituado em profunda apreciação pela critica em geral como um dos maiores ícones da literatura brasileira, cuja atemporalidade de sua obra transcorre o tempo, sendo sempre relevante e atual na construção de valores na sociedade contemporânea. Essa atemporalidade pode ser vista no dialogo estabelecido pelo conto observando o contexto sócio histórico e o contexto vivenciado pela sociedade moderna, atual e inquietante: o preconceito racial. Desse modo o presente estudo de caráter bibliográfico busca discutir e refletir, a partir de uma interação autor , o personagem central do conto e o contexto histórico e social da época, observando também a exposição da figura do negro e o lugar que o próprio ocupa na literatura e, por extensão, na sociedade atual. No entanto o diálogo lobatiano não nos oferece um paradigma da intencionalidade da inserção da personagem negrinha se era apenas uma forma de registrar os acontecimentos relativos ao preconceito racial do período em que o conto se situa, ou se lobato de fato propositalmente denuncia a hipocrisia da burguesia pós cativeiro. Esperamos que a análise nos permita perceber de que forma a figura do negro fora apresentada por ele, se em caráter denuncia ou se alimentada pelos vultos dos velhos conceitos de superioridade racial, herdados desde tempos da escravidão. O entendimento dessa busca faz parte de uma sociedade pretérita e a analise será feita cuidadosamente, procurando destacar os principais pontos relacionados ao termo racismo dentro do conto estudado de Monteiro Lobato e demonstrar que tais fatos relatados em seus escritos podem ser um retrato de influências daquele período. Como fundamentação teórica, recorremos aos estudos de FAUSTO (2007), LAJOLO (1999), FERNANDES (2008), dentre outros.