Resumo:
O presente trabalho analisa como o corpo foi construído pelas imagens das propagandas de medicamentos, problematizando a difusão dos discursos médico-higienistas, a medicalização e as representações dos corpos na Paraíba. O cenário escolhido para tal análise foi o Jornal A União entre os anos de 1926 a 1935, recorte temporal desta pesquisa. A modernidade pretendida neste período tinha no campo científico e principalmente em áreas como a medicina, a eugenia, o higienismo, e o sanitarismo aliados e promotores de uma cruzada contra o atraso, a “degenerância das raças”, a sujidade e as doenças, que segundo tal pensamento assolavam o país. Destarte, evidenciamos os estudos das representações do corpo e das corporeidades, em diálogo com o campo das sensibilidades, na medida em que buscamos questionar as diversas formas de perceber e descrever o corpo doente e o corpo saudável bem como as estratégias de educação dos sentidos e incentivos a novas práticas cotidianas balizadas pelo discurso científico, que intentava civilizar, normatizar e medicalizar o corpo, tornando-o saudável, em dia com os preceitos médico-sanitários. As mensagens midiáticas são portadoras de sentidos e estas serão mais bem sucedidas à medida que o „cidadão comum‟ não se dê conta de seu caráter ideológico. A perspectiva teórica é a História Cultural. O objetivo é analisar como os anúncios de medicamentos, publicados no Jornal A União na Paraíba entre 1926 a 1935 do século XX, construíram práticas educativas de saúde e contribuíram para a mudança no hábito de cuidar do corpo.
Descrição:
BATISTA, B. dos S. A saúde lida e consumida no jornal União: a medicalização da criança e da mulher para tornar o corpo robusto e saudável (Paraíba, 1926 a 1935). 2019. 95f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.