Perfil clínico epidemiológico dos doentes coinfectados com tuberculose-HIV que obtiveram cura da tuberculose

Abstract

OBJETIVO: Investigar o perfil clínico epidemiológico dos doentes coinfectados com tuberculose e HIV que curaram a TB, no período de 2013 a 2016. MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo com abordagem quantitativa. A população do estudo foi composta por todos os casos novos de coinfecção TB- HIV com desfecho de cura para a TB, notificados pelo Sinan-PB, entre janeiro de 2013 a junho de 2016, com idade igual ou superior a 18 anos. A coleta de dados ocorreu no período de setembro a março de 2018, no laboratório do Grupo de Pesquisa Avaliação de Serviços de Saúde da Universidade Estadual da Paraíba, utilizando o banco de dados do Sinan-PB, através do aplicativo Tabwin32 versão 4.8, e em seguida foram armazenados e tabulados em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel 2010. As variáveis foram 1) sociodemográficas: sexo, idade, raça, escolaridade; 2) clínico-epidemiológicas: forma clínica da tuberculose, modalidade de tratamento da tuberculose, uso de terapia antirretroviral durante o tratamento para tuberculose, e a realização do teste tuberculínico. RESULTADOS: 148 (46%) casos novos de coinfecção TB- HIV curaram a TB, dos quais 73,6% eram do sexo masculino, 81,1% da faixa etária entre 30 a 59 anos, 81,3% pertencentes à raça parda e 48,7% possuíam baixa escolaridade. Em relação aos aspectos clínicos-epidemiológicos constatou-se que predominou a TB pulmonar com 72,8% dos casos; 49,3% apresentaram “ignorado” em modalidade de tratamento, como também 79% no uso da terapia antirretroviral e 50% em branco, no que se refere à realização do teste tuberculínico. CONCLUSÃO: O estudo possibilitou compreender a situação atual dos casos de coinfecção TB-HIV que curaram a TB e revelou que esse perfil é semelhante com a forma como a TB predomina na sociedade: sexo masculino, faixa etária economicamente ativa, raça parda e baixa escolaridade. Evidenciou-se que a forma pulmonar da TB esteve mais presente, o que contribui para reduzir a carga de TB na sociedade. Foi identificado a falta de completitude das fichas que alimentam os sistemas, sendo necessário investir em capacitações para os profissionais de saúde e a importância de fortalecer estratégias que contribuem para a adesão ao tratamento das duas doenças.