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O presente trabalho tem o objetivo de analisar o lugar da mentira na obra “Auto da Compadecida”, escrita por Ariano Suassuna em 1956. A partir de uma perspectiva interdisciplinar de análise da obra literária, pretendemos perceber como a mentira é articulada na narrativa da referida obra pelo autor através das ações e discursos das personagens. Deste modo, para desenvolvermos essa análise, embasaremos-nos em
obras da Sociologia e da Antropologia, como Barnes (1996), que tematiza a mentira a partir da reflexão do cotidiano, sendo ela engendrada num contexto cultural; e da Filosofia, como Nietzsche (2007), que trata da mentira no sentido extramoral. Isto posto, buscamos mostrar em quais circunstâncias a mentira é aceita, quando é ambígua e em que situações ela é rechaçada. Portanto, é possível afirmar que as mentiras
identificadas na história tem efeitos sobre o leitor: através delas o leitor é levado ao riso, assim como a uma reflexão moral. O ato de mentir é um comportamento praticamente esperado da interação social, é uma prática considerada corriqueira em sociedade, talvez, por este motivo, as pessoas admitam a mentira na obra, por que divertem-se com ela, dado o viés cômico de escrita do autor, por outro lado, faz com que pensem de que maneira a sociedade se organiza a partir da figura do mentiroso. |
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