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Este trabalho tem por finalidade evidenciar a saga do romeiro Cicero José de Farias, bem como seus feitos como beato da comunidade que fundara em 1963, na Vila dos Breus, localizada na cidade de Buíque – PE, e que se tornara peça chave para sua manutenção terrena e celeste em meio às crenças dele e de seus seguidores. Por entre tantos, este movimento da Vila dos Breus é um dos que compõem e fazem parte da história do povo sertanejo e dos lugares onde aconteceram eventos desse tipo. Nosso artigo encontra-se fundamentado na escrita de autores como Quirino (2011), que faz uma análise acerca da devoção existente em torno da figura de Cícero José de Farias, o Meu Rei, que foi um líder político, social e religioso da Fazenda Porto Seguro, Queiroz (1965), que faz uma reflexão em suas pesquisas sobre os movimentos messiânicos em todo o mundo, mas principalmente no interior do Brasil, Negrão (1996), que abrange os principais movimentos messiânicos no Brasil. Bem como em entrevistas realizadas com moradores dos referidos locais citados. Um palco de fatores que vão de contra a ordem vigente e que servem de inspiração para viver em esperança almejando uma vida melhor, fazendo com que o sobrenatural e suas crenças sejam suas principais formas de refúgio. Em meio a esse cenário de pobreza e injustiça social surgem tais movimentos messiânicos, principalmente na região Nordeste, e um destes foi protagonizado por um dos romeiros pertencentes ao movimento de Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, surgido nas terras do Crato - CE, que levara os ensinamentos e práticas do beato Zé Lourenço para o estado da Paraíba, e logo após, para o de Pernambuco. Assim, observamos que o movimento de Caldeirão, complementado por toda uma vida baseada no catolicismo popular, fez com que Cícero, segundo muitos relatos, se destacasse por seus dizeres e “revelações”, conseguindo assim, iniciar sua saga passando de romeiro a novo Messias. |
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