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O trabalho analisou a trajetória pública e política da única mulher a assumir a prefeitura da cidade de Campina Grande, PB, Cozete Barbosa. Ela foi vereadora entre 1996 e 2000 e prefeita entre 2002 e 2004, atuando na política paraibana entre o início da década de 80 até início dos anos 2000. O trabalho foi realizado a partir de recortes de leituras de matérias arquivadas pelo SINTAB e por depoimento da própria Cozete, além de material publicado em jornais locais e regionais como A União, Correio da Paraíba, Diário da Borborema, Jornal da Paraíba, O Momento, O Norte, A Folha e Correio. Também foram realizadas entrevistas com personalidades do convívio com a ex-prefeita, incluindo Roberta Montenegro e Socorro Ramalho. A partir da visão das escritoras Michelle Perrot, Céli Regina Jardim Pinto e Simone de Beauvoir, se traçou o perfil da trajetória política de Cozete Barbosa nos anos em que esta esteve na política paraibana, destacando-se como uma das mulheres públicas de mais renome neste espaço no tempo em que participou dele, principalmente por causa das paralisações e greves que comandou quando foi presidenta da ASPMCG. A ex-prefeita lutou durante anos contra a oligarquia dos Cunha Lima, mas acabou se aliando a eles em 2000 para concorrerem a Prefeitura Municipal de Campina Grande. Viu-se assim como foram esses anos para esta mulher que ainda vivia num meio machista e arcaico, onde poucas mulheres tinham ousado participar. Analisou-se como foi seu ingresso na antiga ASPMCG, que depois passou a ser o SINTAB, sua imagem enquanto figura pública e seu ingresso na política campinense. Buscou-se compreender como uma mulher conseguiu desafiar homens da política e ter renome na vida pública de Campina Grande, uma cidade do interior da Paraíba e ainda machista para as mulheres. Percebeu-se, ao longo da análise do material que, ser mulher já é difícil, ser uma mulher pública que toma decisões e que gere sua vida, como foi a vida de Cozete naquele tempo, acaba sendo mais difícil, especialmente quando se vive num meio onde as mulheres ainda são vistas como seres que devem se preservar, se comportar e fazer o que a sociedade determina. |
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